Verba exclusiva de escolas bancou bolos e balinhas durante pandemiaA investigação que apura suposta irregularidade no uso de recursos do Programa de Descentralização Administrativa e Financeira (Pdaf) irá além da destinação de pelo menos R$ 5 milhões para a reforma de um prédio interditado pela Justiça do Trabalho de Brasília. A nova frente analisa também a destinação da verba para a possível compra de bolos, camisetas, máscaras e até balinhas personalizadas.

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Todo esse material foi distribuído pela Coordenação Regional de Ensino do Plano Piloto (Crepp) com o objetivo de agradar diretores, vices, além de supervisores e professores selecionados pela repartição subordinada à Secretaria de Educação. O Metrópoles teve acesso a registros de servidores da pasta ostentando os produtos presenteados pela coordenação regional.

“Foi um bolo para cada diretor e cada vice-diretor, sendo que no Plano Piloto são mais de 100 escolas, né? Fora balinhas personalizadas, aqueles kitzinhos, com álcool em gel, bombom… Foram 230 camisetas para servidores da creche naquela campanha da vacinação. Então, assim, muito gasto desnecessário, muita politicagem”, afirmou uma das agraciadas com os brindes personalizados.

Atualmente, a Controladoria-Geral do Distrito Federal (CGDF) e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) estão debruçados sobre os processos de compras e as notas fiscais dos gastos supostamente realizados pela coordenadora da Regional de Ensino do Plano Piloto, Edilene Maria Muniz de Abreu, responsável pelas despesas.

A servidora ocupa a chefia por indicação do ex-secretário-executivo da Secretaria de Educação, Fábio Souza. Tanto o gestor quanto o ex-titular da pasta, Leandro Cruz, foram exonerados pelo governador Ibaneis Rocha (MDB). O motivo dos desligamentos não foi divulgado pelo Palácio do Buriti.

Empresas turbinadas

Pelas regras atuais, o uso do Programa de Descentralização Administrativa e Financeira é exclusivo para o custeio de pequenos reparos em unidades públicas de ensino (pintura, consertos em telhados e pisos), além da compra de materiais permanentes. Para obras consideradas mais engenhosas, seria necessária a abertura de uma disputa pública de preços, com ampla divulgação.

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