A repórter Branca Andrade sofreu uma tentativa de sabotagem durante uma matéria ao vivo para o SBT Rio. A jornalista estava no terminal Alvorada, na Barra da Tijuca, para cobrir a greve dos funcionários do BRT quando dois homens a obrigaram a interromper o trabalho. Todo o ocorrido foi transmitido ao vivo e postado nas redes sociais do SBT junto com uma mensagem em apoio à repórter.

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Repórter do SBT é intimidada ao vivo e impedida de trabalhar: ‘Liberdade de expressão cerceada’
Branca Andrade foi impedida de trabalhar por dois homens que bloquearam a câmera durante transmissão ao vivo (Reprodução/SBT Rio/Twitter)

Branca foi chamada para entrar ao vivo no jornal e logo no início do vídeo já é possível ver dois homens grandes na frente da repórter. “A gente estava a caminho da passarela, para poder entrar ao vivo, para poder dar o serviço para a população. Olha só, o senhor está no ar ao vivo agora. O senhor me dá licença, o senhor está atrapalhando meu trabalho”, disse a jornalista tentando desviar do homem a sua frente.

‘Liberdade de expressão cerceada’

Enquanto Branca procura relatar a greve do BRT durante a madrugada, um homem vestido de preto fica entrando na frente da jornalista. “Nesse momento, nós estamos tendo a nossa liberdade de expressão cerceada aqui, como você pode ver. O segurança não… o senhor pode se afastar por favor?”, pergunta Branca exasperada enquanto o homem se move para frente, afastando-a do cinegrafista.

O suposto segurança – que não vestia uniforme ou crachá e se recusou a se identificar – então começa a discutir com a jornalista que continua tentando prestar o serviço para a população. Outro homem, de camisa cinza, entra em cena e ambos tampam a visão de Branca para a câmera.

“Nesse momento eu fui desplugada aqui, porque ele pisou no cabo, eu não estou conseguindo te ouvir. Estou sem retorno de áudio”, conta a repórter, sem conseguir ouvir as respostas de sua colega de trabalho.

A dupla continua cercando Branca e tentando interrompê-la e a repórter começa a mostrar a voz e as mãos tremendo. “Eles nem estão uniformizados, são dois funcionários, na verdade eles se dizem funcionários, não utilizam uniforme da BRT”, disse Branca perguntando o nome dos homens.

Os dois não respondem às perguntas de Branca e o jornal corta a transmissão. No final ainda é possível ouvir a colega de Branca comentando do estúdio: “Olha que nervoso, coitada”.

‘Gravíssimo’

Pelas redes sociais, o SBT postou o trecho da reportagem com uma mensagem de apoio a Branca e repúdio ao ocorrido. “GRAVÍSSIMO: A nossa repórter teve o trabalho interrompido ao vivo por homens sem identificação no terminal Alvorada”, diz um trecho da publicação.

Após a repercussão do episódio, colegas e internautas se solidarizaram com Branca Andrade. A jornalista Renata Capucci escreveu: “Minha total solidariedade à colega. Que sejam identificados e punidos!!!”.

“Admirável a bravura da repórter Branca Andrade para enfrentar esses bandidos. Mas chama atenção a desfaçatez dos bandidos para agir assim diante de uma câmera ao vivo. Cada vez mais a lógica miliciana vai se impondo à lei no Rio e no Brasil”, escreveu o colunista Sérgio Rodrigues.

“Parece um episódio de The Handmaid’s Tale. Que pesadelo”, observou uma internauta. “1) É errado 2) Incrível como homem tenta crescer pra cima de mulher”, apontou outra. “Democracia não se faz só com votos, se faz também com liberdade de imprensa. E sua defesa não é para os covardes…”, escreveu um terceiro.

Portal BHAZ