Com inflação batendo recordes, Guedes culpa alimentos e energia
Nos EUA, ministro da Economia minimiza inflação brasileira: “alta é global e concentrada”
ALAN SANTOS/PR

Em entrevista a uma emissora de televisão norte-americana nesta terça-feira (12) em Washington, o ministro da Economia, Paulo Guedes, minimizou a escalada da inflação brasileira, atribuindo a alta de preços a “um problema global” concentrado em energia e alimentos.

📱 NOTÍCIAS: faça parte do canal do SERGIPE HOJE no WhatsApp.

“A inflação está no mundo todo. Metade da inflação é exatamente comida e energia. Por isso, nossa proteção [social] ainda está lá. Vamos manter essa proteção. Vamos aumentar a transferência direta de renda para a população pobre exatamente para cobrir os preços dos alimentos e da energia”, disse em entrevista à CNN Internacional.

Além da transferência de renda — o governo quer turbinar o Bolsa Família por meio do Auxílio Brasil, mas ainda não encontrou uma fonte de recurso —, o ministro não apresentou nenhuma proposta para conter a alta de preços no Brasil. Nos últimos 12 meses, encerrados em setembro, a inflação brasileira medida pelo IPCA registrou alta de 10,25%, de acordo com o IBGE.

Guedes foi para o Estados Unidos, onde fica até a quinta-feira (14), em meio a denúncias de que mantém uma offshore em paraíso fiscal. Em Washington, ele participa da reunião anual do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, que reúne ministros da Economia de 190 países, e de reuniões com ministros da Fazenda e presidentes de Bancos Centrais do G20, o grupo das 20 maiores economias do mundo.

Sobre a offshore e o eventual benefício que teve com a alta do dólar diante do real, o ministro disse que não fez nada de errado: “Saí de todos os investimentos para assumir o ministério e perdi mais dinheiro quando assumi a pasta [do que com a valorização do dólar]”.

Ainda durante a entrevista, o ministro reagiu à pergunta sobre o número elevado de mortes na pandemia dizendo que o Brasil ofereceu todas as camadas de proteção para que a população pudesse fazer distanciamento e preservar os empregos.

Mariana Londres, do R7